Brasil conquista título do Campeonato Sul-Americano de atletismo

O Brasil confirmou o favoritismo e venceu mais uma vez o Campeonato
Sul-Americano de atletismo. A edição deste ano, 44ª da história, foi
disputada no estádio Independência de Tunja, na Colômbia, a uma
altitude de 2.730 metros.

O Brasil conquistou 54 medalhas (26 de ouro, 11 de prata e 17 de
bronze) e somou 498 pontos (218 no masculino e 280 no feminino).

A Colômbia ficou em 2º lugar, com 37 medalhas (9 de ouro, 18 de prata
e 10 de bronze) e 317 pontos (138 no masculino e 179 no feminino). Em
3º ficou a Argentina, com 13 medalhas (5 de ouro, 3 de prata e 5 de
bronze), e 151 pontos (91 no masculino e 61 no feminino).

O Brasil teve vários destaques na competição. Um deles Fabiana Murer,
campeã do salto com vara com 4,47 m, logo na abertura do Campeonato.
Outro foi a velocista Rosemar Coelho Neto, campeã dos 100 m e dos 200
m. Duas atletas fizeram dobradinha em duas provas: Lucimar Teodoro e
Perla dos Santos, campeã e vice-campeã, respectivamente, dos 400 m e
dos 400 m com barreiras.

No salto em distância, vitória de Maurren Maggi com boa marca (6,86
m), mesmo que conseguida (com vento a favor superior a 2 m/s). Sem
vento a favor, seu melhor salto foi de 6,68 m. No arremesso do peso e
no lançamento do disco femininos, mais uma vez os títulos foram pra
Elisângela Adriano.

Outro bom resultado foi conquistado por Jessé Farias de Lima, campeão
do salto em altura com 2,28 m (chegou perto de seu recorde brasileiro,
que é 2,30 m).

Jessé superou o colombiano Gilmar Mayo, recordista sul-americano com
2,33 m e que em Tunja foi o 2º com 2,20 m.

No salto em distância masculino, o campeão foi Rogério Bispo, com 8,32
m (vento superior a 2 m/s). Seu melhor salto com vento normal foi 8,11
m.

“Foi um bom Campeonato”, disse Nélio Moura, da Comissão Técnica da
equipe nacional. “Houve vários resultados importantes para o Brasil,
como o salto em altura masculino e o salto com vara feminino”,
completou.

Cientistas visualizam vírus da Aids infectando células humanas

Uma equipe de pesquisadores franceses conseguiu visualizar o trajeto
que o vírus da Aids efetua ao infectar uma célula humana, o que
poderia ajudar a analisar os mecanismos para bloquear tal processo,
publica nesta segunda-feira o jornal “Le Monde”.

Cientistas do Instituto Pasteur de Paris usaram uma técnica de
acompanhamento por fluorescência baseada na observação por
videomicroscopia do interior de uma célula viva.

“Até agora não tinha sido possível seguir o HIV até o núcleo da
célula”, afirmou a cientista Nathalie Arhel, membro da equipe.

Graças ao estudo, os cientistas sabem agora que o HIV vai diretamente
para a “porta de entrada” do núcleo celular sem esperar que a célula
se divida, ao contrário do resto dos retrovírus, como a leucemia e o
sarcoma. Já dentro do núcleo, o vírus não se dirige ao DNA mais
próximo, “ao contrário do que se pensava”, diz Arhel.

Essa técnica de acompanhamento está baseada em imagens tridimensionais
dinâmicas que permitem seguir o tempo todo o trajeto das partículas
com este vírus.

“Seu nível de confiabilidade é absoluto e descobrimos etapas
inesperadas”, explicou Pierre Charneau, responsável pelo estudo,
publicado na revista “Nature Methods”.

O aperfeiçoamento do método permitirá também estudar a interação do
HIV com os fatores que freiam a infecção no interior da célula, como
as moléculas medicamentosas.

Comer demais vicia obesos como droga, diz estudo

Um estudo feito por cientistas americanos afirma que comer demais é um
vício para pessoas obesas.

Medições feitas com sete pessoas obesas mostraram que as regiões do
cérebro que controlam a saciedade são as mesmas que são ativadas pelas
drogas em pessoas viciadas.

O estudo feito pelo Brookhaven National Laboratory, de Nova York, foi
publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of
Science.

A equipe de cientistas que fez a pesquisa disse que os resultados
podem ajudar a desenvolver novos tratamentos para obesidade.

Impulsos cerebrais

Os pesquisadores estudaram os impulsos do cérebro de pessoas obesas.
Todas elas usavam um Sistema Implantável de Estimulação Gástrica
(sigla ISG, em inglês), um aparelho implantado no corpo que ajuda a
reduzir peso.

O ISG manda sinais eletrônicos para um nervo que repassa uma mensagem
de saciedade para o cérebro, reduzindo a vontade de comer.

Para entender a interação entre o estômago e o cérebro, os voluntários
tiveram seus cérebros escaneados duas vezes com um intervalo de duas
semanas. Em um dos testes, o aparelho estava ligado, e no outro,
desligado.

Quando os voluntários estavam se sentindo saciados, o scanner mostrou
mudança no metabolismo em partes do cérebro como o córtex
orbitofrontal e o hipocampo, área do órgão associada com o
comportamento emocional, o aprendizado e a memória.

“Logo que vimos esses testes, logo me lembrei do que havíamos estudado
sobre abuso de drogas, quando as pessoas estavam passando grande
vontade (de tomar a droga) ? as mesmas áreas do cérebro se ativaram”,
disse o pesquisador do Brookhaven National Laboratory, Gene-Jack Wang,
que liderou o estudo.

Segundo ele, isso corrobora a idéia de que há relação entre os
circuitos do cérebro ativados pela alimentação e aqueles ligados ao
consumo de drogas.

Apesar de a pesquisa ser uma amostragem pequena, afirmou Wang, ela
ajuda a entender melhor a obesidade e o desejo de comer.

“Isso nos dá outro canal para compreender como tratar ou prevenir obesidade.”

Para o professor Jimmy Bell, do grupo de imagem molecular do hospital
Hammersmith, de Londres, o estudo é muito interessante.

“Há muita pesquisa sendo feita em todo o mundo procurando
biomarcadores ? qualquer coisa que mostre exatamente o que está
acontecendo no processo biológico ? para entender a relação entre
apetite, saciedade e fatores emocionais que controlam o que nós
comemos, quando nós comemos e quanto nós comemos”, disse Bell.

“Não acho que seja surpreendente que eles tenham encontrado um elo
entre o vício de drogas e comer demais. De certa forma, você pode
encarar o ato de comer como uma ‘necessidade que vicia’ ? se nós não
fossemos viciados em comer, a maioria pararia de comer.”