Aprenda como estudar em quatro etapas.

Fábio Ribeiro Menses – Porvir – 30/01/2015 – São Paulo, SP

Eu não gostava de estudar, como a esmagadora maioria dos estudantes. O estudo era sempre chato, tomava o tempo do meu lazer e nunca acabava. Anos depois, descobri o que estava errado: eu não sabia estudar e nem notava, que era preciso ter preparação, método e um horário definido. Sem isso, estudar era algo que não funcionava e eu não percebia resultados.

Mas, por que eu não tinha aprendido a estudar? Ora, porque ninguém havia me ensinado como fazer! Geralmente, não temos uma única aula com esse objetivo específico durante toda a educação básica. O resultado é que os alunos acabam esse nível de instrução com baixa autonomia no aprendizado.

Tendo percebido essa carência, passei a trabalhar com o tema. Meu principal objetivo é instruir os alunos sobre um método em 4 etapas, que forma um ciclo de estudo. É muito simples e intuitivo. Aprenda:

Etapa 1: Leitura panorâmica

Antes de se atirar no texto, tentando tudo entender, respire fundo e procure ter uma idéia geral do que tem diante de si. Isso pode ser feito com uma leitura rápida, superficial, panorâmica, que lê apenas o início e o final de cada parágrafo. Seu o objetivo é apenas reconhecer o texto, qual é seu tema, como se desenvolve, se parece fácil, difícil, longo ou breve.

É quase uma etapa preliminar ao estudo, que cria uma expectativa sobre o aprendizado que virá.

Etapa 2: Marcação e sublinhado

Tendo uma noção geral, leia o texto com calma, como está acostumado, com o objetivo de destacar o que parece ser o mais importante ou o que desperta especial interesse. Esse destaque merece ser feito em dois momentos.

Em primeiro lugar, marque os trechos que parecem ser os mais importantes com um colchete na margem do texto. Nesse primeiro momento, evite sublinhar enquanto lê, porque isso geralmente resulta em um sublinhado excessivo, com frases ou até mesmo parágrafos inteiros marcados. Se esse trecho é importante, uma marcação simples ao lado do texto servirá para o destaque. Faça isso com todo o texto.

Após a marcação dos trechos, volte diretamente a cada um deles e sublinhe suas palavras-chave. Podem ser algumas palavras por trecho. O objetivo é facilitar a identificação do que trata o trecho destacado. Proceda dessa forma com todos os trechos, até o final do texto.

Etapa 3: Anotações

Com base no que foi marcado e sublinhado, faça anotações livres em uma folha a parte, de próprio punho. Pode ser na forma de esquema, mapa conceitual, linha de tempo, tabela, contendo desenhos, cores ou o que julgar útil para registrar o que destacou no texto.

Geralmente, é nesta etapa que perceberá que está aprendendo, pois o que faz é, do seu próprio modo, estabelecer relações entre os conceitos do texto. Assim, estará criando algo que é seu com base no material de estudo.

Etapa 4: Exercícios

Após as anotações, é preciso saber o quanto aprendemos, o que é alcançado com exercícios. Eles podem ser de vários tipos, desde a resposta às questões prontas trazidas pelo livro didático até a atividade de refazer anotações sem consulta ou ensinar o conteúdo para um colega.

Os exercícios revelam o que precisa ser reforçado no aprendizado. Isso é força motriz para iniciar um novo ciclo de estudo: leia, marque, sublinhe e complete as anotações com o que faltou ou precisava de maior detalhamento.

Estudando Matemática

Sim, é possível estudar matemática utilizando as 4 etapas acima tendo como base um livro didático. A peculiaridade é que o ciclo de estudo se repete várias vezes em uma única sessão de estudo. Aliás, esse é o motivo da percepção geral – na verdade, um mito – de que “estudar matemática se resume a fazer exercícios”. Não, isso não está correto: exercícios são necessários para entender os conceitos e relações expressas nas fórmulas, mas nem sempre são suficientes. Se você não entende o exercício, deve tentar ler o conteúdo, marcar e fazer suas anotações. Sem isso, ficará travado.

Como ensinar a estudar em sala de aula

O professor pode organizar oficinas de estudo, nas quais leva um material e instrui os alunos passo a passo no método, desafiando-os a “aprender um conteúdo inédito por conta própria”. Eles ficam um pouco chocados, mas gostam do resultado.

Duas dicas fundamentais:

i) o material não deve ser muito extenso e

ii) o professor deve movimentar-se constantemente, atendendo os alunos que levantarem a mão em suas classes.

Além disso, é válido na primeira ocasião dar um tempo curto para a execução da primeira etapa: isso estimula os alunos a começarem a trabalhar e logo se envolverem na atividade.

Por mais paradoxal que possa parecer, talvez o que esteja faltando em nossa educação é ensinar a estudar. Qualquer escola, em qualquer condição, pode suprir essa carência e formar alunos com autonomia no aprendizado.

O professor que tem 26 milhões de alunos.

BBC – Joe Miller.

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Zach Sims tem apenas 24 anos. Abandonou uma das mais prestigiadas universidades do mundo antes de se formar. Hoje, é conhecido como o professor de 26 milhões de estudantes.

O americano dirige o site Codecademy, lançado há três anos, que permite a usuários aprender seis linguagens de programação através de uma interface simples e gratuita.

Mas o que levou o jovem de Nova York a abandonar a Columbia, uma das maiores universidades do mundo? Um fenômeno no mercado de trabalho conhecido como `déficit de habilidades` – ou `skills gap`, no chavão em inglês.

`Quando eu estava à procura de um estágio no meu primeiro ano, em empresas como Goldman Sachs e McKinsey, percebi que ninguém que estava na faculdade tinha qualquer habilidade que seria relevante nesse contexto`, diz ele.

`Passávamos os dias aprendendo sobre mitologia grega e as noites estudando livros gigantes de finanças.`

`Nós achamos que, se os alunos da Columbia – uma entre as cinco melhores escolas do país –, não conseguiam encontrar emprego quando se formavam, provavelmente havia um problema.`

Sims, começou, então, a estudar códigos de informática. `Construímos a primeira versão do Codecademy para mim`, diz. Com a ajuda de um amigo, Ryan Bubinski, ele expandiu o site.

Bubinski tornou-se cofundador e, juntos, lançaram o portal em agosto de 2011. No primeiro fim de semana, mais de 200 mil pessoas utilizaram o produto.

O site, agora, chega a quase 26 milhões de alunos em mais de 100 países, e está ajudando pessoas de todas as classes econômicas a melhorarem suas habilidades, incluindo moradores de campos de refugiados africanos e mães solteiras nos EUA.

Sims foi uma das novidades do Fórum Econômico Mundial em Davos, que terminou no sábado passado. Mas aquele, claramente, não era o ambiente dele. O jovem se desculpou ao usar clichês como `cruzamento` e fez aspas no ar de maneira sarcástica ao citar o slogan `novo contexto digital` do fórum.

Parece haver um consenso entre especialistas sobre as causas deste déficit de habilidades – métodos de ensino e programas de cursos ultrapassados, além da falta de formação num contexto de trabalho. Mas há dúvidas sobre o que precisa ser feito, ou quem deverá liderar as mudanças.

Um relatório sobre a `competitividade global de talentos`, divulgado na semana passada pela escola de negócios Insead e a empresa de recrutadores Adecco, enfatizou que talento é a `nova moeda da economia global`.

O estudo disse que cerca de 8,4 milhões de postos de trabalho não estariam sendo preenchidos devido a `divergências em termos de competências e geografias`.

Durante um evento sobre educação em Davos, um empresário alertou que empresas não podem `continuar com o pressuposto de que você aprende por 25 anos e, depois, trabalhar por 45 anos`.

Outro membro do painel, o magnata americano Stephen Schwarzman, disse que melhorar a formação era uma maneira de lidar com a desigualdade de renda.

Apesar de um consenso estar em formação, atrair investimentos continua sendo tarefa difícil. Apenas 13% do dinheiro gasto pelas 500 principais empresas dos EUA para o desenvolvimento social em 2013 foi direcionado para projetos de educação, de acordo com um relatório.

E, enquanto é crescente a demanda por uma formação mais focada no trabalho, o desejo das empresas para proporcionar essas oportunidades está diminuindo, dizem alguns.

A mensagem de Sims é que as empresas precisam assumir `um pouco de responsabilidade`, e que a ânsia por aprendizagem está em alta.

`É uma loucura que duas crianças possam criar algo num apartamento de um quarto na Califórnia, e educar mais pessoas num fim de semana do que uma instituição formal poderia em anos`, diz.

`A educação está tendo o seu momento (de atenção)`.

 

UFSCar poderá emitir diplomas de ex-alunos de instituição descredenciada

O Ministério da Educação (MEC) autorizou hoje (30) a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) a expedir diplomas e outros documentos acadêmicos para ex-alunos das Faculdades Integradas de São Carlos (Fadisc), que foi descredenciada em 30 de agosto de 2011.

De acordo com portaria, publicada no Diário Oficial da União, a medida foi tomada por causa da dificuldade ou impossibilidade de comprovação de conclusão de curso e aproveitamentos dos estudos pelos estudantes.

A Federal de São Carlos poderá expedir esses documentos para que os ex-alunos consigam efetivar a matrícula nas instituições para as quais se transferiram.

Os documentos serão emitidos com base nas informações e dados encontrados na Fadisc, bem como naqueles apresentados pelos alunos. Em 60 dias, a UFSCar deverá elaborar relatório sobre o que foi encontrado na Fadisc e a viabilidade da emissão de documentos com base no material.