Powell vence sem recorde; Jones melhora e é prata em Roma

Apesar de ter dito a algumas semanas que voltaria bater o próprio
recorde mundial nos 100 m rasos, o jamaicano Asafa Powell não cumpriu
novamente a promessa nesta sexta-feira, mas levou o ouro na prova da
Golden League disputada em Roma (Itália).

Desde que retornou às pistas, Marion Jones crava o seu melhor tempo
(10s91) em Roma
Ao cravar o tempo de 9s85, o velocista venceu a competição italiana,
mas ficou longe da sua marca mundial de 9s77, que é dividida com o
norte-americano Justin Gatlin.

“Me sinto bem e feliz com a vitória mesmo sem ter conseguido o
recorde”, declarou. “Comecei mal, fiz um começo devagar para mim, mas
estou satisfeito”, completou.

O jamaicano ainda mantém viva a esperança de receber US$ 1 milhão da
Golden League, que dá a quantia a atletas que conseguem vencer as seis
etapas em suas categorias. Ele já triunfou em três.

Outros destaques em Roma foram o queniano Daniel Kipchirchir Komen,
que registrou o melhor tempo do ano (3min29s02) na prova dos 1.500 m,
o marroquino Laalou Amine, que cravou a melhor marca na temporada
(1min43s25) nos 800 m rasos, e Jeremy Wariner, dos EUA, que fez os
400m em 43s62 e também anotou o melhor tempo de 2006.

Já na categoria feminina dos 100 m rasos, a norte-americana Marion
Jones melhorou seu tempo em 10s91, nas últimas quatro competições que
participou após a velocista ter voltado às pistas. No ano passado, ela
havia se afastado das competições durante 11 meses por causa do
escândalo de Balco, laboratório suspeito de ter ministrado esteróides
a inúmeros atletas.

Apesar da evolução da norte-americana, a tricampeã olímpica em
Sydney-2000 conquistou apenas a medalha de prata em Roma, onde a
jamaicana Simpson Sherone venceu a prova com a marca de 10s87.

“Corri meu melhor da temporada, mas sou uma competidora, quero
ganhar”, declarou a velocista.

Em alta nas pistas, Jones é vinculada à fraudes bancárias

A velocista norte-americana Marion Jones foi vinculada à fraudes
bancárias que envolvem o seu ex-noivo Tim Montgomery. A informação foi
publicada nesta quinta-feira pelo diário Virginian-Pilot.

A notícia vem justamente quando a atleta está regressando com êxito às
pistas depois de uma decepcionante temporada em 2004, anos dos Jogos
Olímpicos de Atenas, de acusações de doping e de vinculações com o
escândalo dos laboratórios BALCO.

De acordo com a publicação, Jones teria recebido um cheque que US$ 25
mil, cerca de R$ 55 mil no câmbio de quinta, de um dos implicados na
fraude. Ela teria depositado o cheque em sua contra bancária no ano
passado.

Ao contrário do grupo acusado de participar da fraude e de lavagem de
dinheiro orquestradas por Nathaniel Alexander, um empresário de
Norfolk, Jones não está sendo acusada neste processo, ainda de acordo
com o diário.

Entre os 12 acusados figuram o ex-recordista mundial dos 100m Tim
Montgomery, que deixou as pistas depois de receber uma suspensão de
dois anos por doping, e seu treinador, o também ex-corredor Steve
Riddick.

O noivo de Marion Jones, com quem tem um filho, declarou-se inocente
de todas as acusações.

As investigações sustentam que os acusados tomaram parte em uma
conspiração para fraudar bancos, depositando mais de US$ 5 milhões,
cerca de R$ 11 milhões no câmbio de quinta, em cheques roubados,
alterados e falsificados, bem como de lavar essa quantia através de
outras contas.

No último dia 14 de maio, Jones voltou às pistas depois de 11 meses de
ausência e já venceu os 100m rasos, sua especialidade, no Meeting de
Xalapa, em Veracruz, no México. Além da vitória, ela cravou a segunda
melhor marca do ano, 11s06, naquela ocasião.

Pouco depois, dia 28 do mesmo mês, ela ganhou em Hengelo, na Holanda,
com 11s16. Em Nova York, no dia três de junho, a norte-americana
voltou a correr em 11s06 para vencer o Meeting de Nova York. No último
dia oito, conseguiu baixar dos 11s, correndo em 10s92 para vencer em
Paris.

A última prova disputada pela norte-americana foi em Lausanne, na
última terça-feira, quando voltou a vencer com um tempo abaixo dos
11s, 10s94.

A melhor marca do ano para a distância é da jamaicana Sherone Simpson,
10s82, cravada em 24 de junho, em Kingston, capital de seu país de
origem.