Critérios de classificação reduzem nível Pan

Se depender de seus índices classificatórios, o Pan-2007 terá um nível
médio de atletas fracos na natação e no atletismo. A constatação é
fruto da comparação entre critérios da Odepa (Organização Desportiva
Pan-Americana) e de outras competições pelo mundo.

Até dirigentes brasileiros dos dois esportes reconhecem que os
patamares estabelecidos pela entidade não são muito exigentes.
Atribuem o fato à política da Odepa de incluir o máximo de países
possível no Pan, o que não aconteceria no caso de índices superiores.
Mas afirmam que isso não afetará o nível da competição no Rio.

"Estavam previstas vagas para 256 atletas na natação. Sei que já se
classificaram bem mais do que isso, embora não tenhamos recebido a
lista oficial. Foi por causa dos índices", conta o coordenador técnico
de natação da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos),
Ricardo Moura, que acredita, porém, que isso não afetará o nível do
Pan.

Só que a decisão de incluir o máximo de atletas é vista em competições
como os Jogos Asiáticos, que nem sequer têm índices classificatórios.
Não é o que acontece no Mundial universitário de natação deste ano. Na
Austrália, foram criados índices fortes para a equipe do país no
evento.

Em todas as 26 provas que constam no programa do Pan, os australianos
exigiram marcas melhores de seus nadadores _para participarem dos
Jogos universitários_ do que a Odepa. Nos 1.500 m para homens, o tempo
exigido no país da Oceania é um minuto mais baixo do índice para o
Rio-07.

Em relação aos critérios classificatórios para a Olimpíada a diferença
se alarga. Nos 50 m livre (masculino), prova decidida na batida, o Pan
tem um patamar 37 centésimos superior ao índice B dos Jogos de Pequim.

A situação não é diferente no atletismo. Pelas normas de
classificação, o Pan terá atletas mais fracos, na média, do que o
Campeonato Africano de atletismo deste ano, na Argélia. Os africanos
têm índices mais fortes em 15 provas, contra 12 da competição
americana.

Isso não se limita a provas de fundo (mais de 3 mil metros). Exemplo:
a confederação africana exige marca superior no salto em distância
(masculino): 7,80 m contra 7,20 m do Pan. Mas, na elite, o Rio-2007
terá o cubano Ivan Pedroso (campeão olímpico em 2000), que confirmou
presença na sexta, e o panamenho Irving Saladino (líder do ranking
mundial).

Em relação ao Campeonato Europeu, o Pan só tem índices mais fortes na
velocidade, até 400 m, nas quais o continente é forte. Outras 33
provas européias têm nível mais alto.

"Esses índices refletem a realidade de cada área nas diversas
modalidades", diz o presidente da Confederação Brasileira de
Atletismo, Roberto Gesta de Melo. "Geralmente não há uma diferença de
nível tão grande entre os atletas [no Pan]."

Mas há disparidade entre atletas dos EUA e de certos países. Também os
brasileiros estão bem à frente da maioria do restante do continente.
Nas piscinas, pelo menos 346 atletas finalistas do Troféu Brasil
teriam vaga no Pan, segundo os critérios da Odepa. Isso significa que
83% dos nadadores nas finais A e B estariam incluídos na competição.
Por isso, a CBDA estabeleceu como índice brasileiro ao Rio-07 marcas
mais fortes do que as da Odepa.

No Troféu Brasil de atletismo, que acaba neste domingo, a maioria das
provas até sexta-feira tinha pelo menos três atletas que marcaram
índice para o Pan. No salto triplo (feminino) eram seis. Ou seja,
Maurren Maggi e Keila Costa terão poucas rivais de alto nível no Pan,
em julho.

Critérios de classificação reduzem nível Pan

Se depender de seus índices classificatórios, o Pan-2007 terá um nível
médio de atletas fracos na natação e no atletismo. A constatação é
fruto da comparação entre critérios da Odepa (Organização Desportiva
Pan-Americana) e de outras competições pelo mundo.

Até dirigentes brasileiros dos dois esportes reconhecem que os
patamares estabelecidos pela entidade não são muito exigentes.
Atribuem o fato à política da Odepa de incluir o máximo de países
possível no Pan, o que não aconteceria no caso de índices superiores.
Mas afirmam que isso não afetará o nível da competição no Rio.

"Estavam previstas vagas para 256 atletas na natação. Sei que já se
classificaram bem mais do que isso, embora não tenhamos recebido a
lista oficial. Foi por causa dos índices", conta o coordenador técnico
de natação da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos),
Ricardo Moura, que acredita, porém, que isso não afetará o nível do
Pan.

Só que a decisão de incluir o máximo de atletas é vista em competições
como os Jogos Asiáticos, que nem sequer têm índices classificatórios.
Não é o que acontece no Mundial universitário de natação deste ano. Na
Austrália, foram criados índices fortes para a equipe do país no
evento.

Em todas as 26 provas que constam no programa do Pan, os australianos
exigiram marcas melhores de seus nadadores _para participarem dos
Jogos universitários_ do que a Odepa. Nos 1.500 m para homens, o tempo
exigido no país da Oceania é um minuto mais baixo do índice para o
Rio-07.

Em relação aos critérios classificatórios para a Olimpíada a diferença
se alarga. Nos 50 m livre (masculino), prova decidida na batida, o Pan
tem um patamar 37 centésimos superior ao índice B dos Jogos de Pequim.

A situação não é diferente no atletismo. Pelas normas de
classificação, o Pan terá atletas mais fracos, na média, do que o
Campeonato Africano de atletismo deste ano, na Argélia. Os africanos
têm índices mais fortes em 15 provas, contra 12 da competição
americana.

Isso não se limita a provas de fundo (mais de 3 mil metros). Exemplo:
a confederação africana exige marca superior no salto em distância
(masculino): 7,80 m contra 7,20 m do Pan. Mas, na elite, o Rio-2007
terá o cubano Ivan Pedroso (campeão olímpico em 2000), que confirmou
presença na sexta, e o panamenho Irving Saladino (líder do ranking
mundial).

Em relação ao Campeonato Europeu, o Pan só tem índices mais fortes na
velocidade, até 400 m, nas quais o continente é forte. Outras 33
provas européias têm nível mais alto.

"Esses índices refletem a realidade de cada área nas diversas
modalidades", diz o presidente da Confederação Brasileira de
Atletismo, Roberto Gesta de Melo. "Geralmente não há uma diferença de
nível tão grande entre os atletas [no Pan]."

Mas há disparidade entre atletas dos EUA e de certos países. Também os
brasileiros estão bem à frente da maioria do restante do continente.
Nas piscinas, pelo menos 346 atletas finalistas do Troféu Brasil
teriam vaga no Pan, segundo os critérios da Odepa. Isso significa que
83% dos nadadores nas finais A e B estariam incluídos na competição.
Por isso, a CBDA estabeleceu como índice brasileiro ao Rio-07 marcas
mais fortes do que as da Odepa.

No Troféu Brasil de atletismo, que acaba neste domingo, a maioria das
provas até sexta-feira tinha pelo menos três atletas que marcaram
índice para o Pan. No salto triplo (feminino) eram seis. Ou seja,
Maurren Maggi e Keila Costa terão poucas rivais de alto nível no Pan,
em julho.

Prova emocionante define classificados nos 400 m com barreiras

Em umas das disputas mais emocionantes do Troféu Brasil de 2007,
Raphael Fernandes e Mahau Camargo Suguimati se classificaram para
representar o Brasil nos 400 m com barreiras nos Jogos Pan-Americanos
do Rio de Janeiro.

Raphael Fernandes, que chegou ao estádio do Ibirapuera, em São Paulo,
com a melhor marca do Brasil na prova na temporada, ganhou o Troféu
Brasil com o tempo de 49s29, apenas um centésimo à frente de Mahau.

"Quero fazer minha história", É assim que o vencedor do Troféu Brasil
de atletismo, Raphael Fernandes, fala sobre a chance de participar do
Pan pela primeira vez.

Com um tempo de 49s29, o melhor de sua carreira, ele sabia teria seria
uma final forte. "Me concentrei para os últimos 100 m, sabia que seria
uma prova difícil", comentou logo após a vitória.

O segundo colocado na prova, e também no ranking nacional, Mahau
Camargo Suguimati, garantiu sua vaga no Pan, mas está decepcionado com
o resultado na prova. "Eu vim para ganhar. Mas Raphael está muito bom.
Agora vou brigar para chegar a uma final no Pan", concluiu o atleta.

Mahau é quase um estrangeiro. Vivendo há 15 anos do Japão, o atleta só
se interessou em disputar os Jogos Pan-Americanos há dois meses.

A prova de 400 m com barreiras já deu várias medalhas ao Brasil no
Pan. O último grande nome do país na disputa foi Eronildes Araújo, que
conquistou três títulos (Havana-1991, Mar del Plata-1995 e
Winnipeg-1999).

Em Santo Domingo-2003, a disputa foi para os holofotes graças ao
dominicano Félix Sanchez. Herói local, ele ganhou a medalha de ouro,
para delírio do público que lotou o estádio da capital da República
Dominicana.

Com apenas 15 anos, Raphael Fernandes assistiu ao Pan de Winnipeg da
televisão e ficava admirando Eron. Mas no Pan de 2007 ele quer brigar
por medalhas. "Agora é minha vez. Sei que será difícil, tem dois
jamaicanos muito bons. E Sanchez, se vier para o Pan, será muito forte
também", disse.

No feminino, Lucimar Teodoro não teve problemas para confirmar o
favoritismo e ganhar o Troféu Brasil com 56s54. Higlecia Clariane de
Oliveira foi a segunda colocada, com 57s50. O tempo foi suficiente
para ela conseguir a segunda posição no ranking nacional e garantir a
classificação para o Pan.