Os campeões mundiais Justin Gatling e Allyson Felix confirmaram o
favoritismo e venceram as duas provas de 200 m rasos no Grand Prix
britânico, neste domingo, no Don Valley Stadium. Além dos dois, outros
11 medalhistas de ouro no Mundial de Helsinque, encerrado na semana
passada, competiram neste domingo na Inglaterra.

Allyson ganhou confortavelmente entre as mulheres, registrando o tempo
de 22s54. Gatlin, porém, teve trabalho para superar o também
norte-americano Tyson Gay e vencer com 20s04. “Estou muito cansado
depois de todas essas viagens pela Europa”, afirmou Gatlin, que venceu
os 100 m rasos no meeting de Zurique na última sexta-feira.

Gay terminou com 20s09, seguido por Stephane Buckland, de Maurício,
que marcou 20s39. “Eu queria ganhar uma última nos 200 m para mostrar
às pessoas que eu não estava relaxando”, completou o norte-americano.

Nos 100 m rasos, os vencedores foram Kim Collins e Veronica Campbell.
Campeão mundial da prova em 2003, Collins registrou o tempo de 10s01,
superando os 10s10 de Leonard Scott. “Foi uma surpresa. O clima estava
excelente”, disse o vencedor, nascido em São Cristóvão e Nevis. “Estou
bastante feliz porque não tenho vencido muito este ano”, revelou
Collins.

Maurice Greene, que já dominou a prova mais rápida do atletismo com
títulos olímpicos e mundiais, foi desclassificado por queimar a
largada. Com isso, o bronze ficou com Michael Frater, que marcou
10s11.

“Estou muito desapontado porque eu me sentia muito bem para essa
corrida”, lamentou Greene, que sequer se classificou para disputar uma
prova individual no último Mundial e perdeu vários meetings na
temporada por causa de uma contusão no tendão.

A jamaicana Veronica Campbell venceu os 100 m rasos feminino com
10s89, batendo a atual campeã olímpica Yulia Nesterenko, que fez
11s09. Muna Lee foi a terceira com 11s22.

Nos 5.000 m feminino, a etíope Tirunesh Dibaba venceu em 14min51s77,
seguida por sua irmã, Ejagayou Dibaba, 1s71 atrás. Em Helsinque,
Tirunesh fez história ao se tornar a primeira mulher campeã dos 5.000
m e 10.000 m.

“Eu tentei buscar o recorde mundial hoje, mas pouco antes dos 3.000 m
eu senti uma dor no lado direito do meu abdômen que me impediu de
correr tão rápido como eu queria”, disse a campeã. O recorde mundial é
14min24s68

A fundista britânica Kelly Homes, medalha de ouro nos 800 e 1500 m nos
Jogos Olímpicos de Atenas em 2004, não conseguiu um bom resultado no
Meeting de Sheffield de atletismo, neste domingo.

Com uma cotusão no tendão de aquiles direito desde junho, a atleta fez
tratamento intenso durante o período, mas foi para a prova final no
sacrifício. Assim, não teve condições de superar as rivais e ficou em
oitavo lugar na bateria, que contou com nove corredoras.

Essa foi, provavelmente, a despedida de Homes dos estádios – ao menos
em sua terra natal. Aos 35 anos, a corredora deve se aposentar antes
do próximo meeting em seu país. Sua meta é estar em forma para
disputar os próximos jogos da Commonwealth, que ocorrem em março de
2006, na Austrália.

A atleta britânica Kelly Holmes, que conquistou duas medalhas de ouro
nos Jogos Olímpicos de Atenas, viveu uma melancólica despedida das
pistas britânicas neste domingo: terminou a prova dos 800 metros em
penúltimo lugar.

Sentada numa pequena moto, Kelly Holmes cumprimentou o público
após ter se classificado em oitavo lugar numa corrida de 800 metros
de pouco nível e com uma discreta marca de 2:06.69, que ainda assim
é a sua melhor em 2005.

Holmes não voltou a competir desde a conquista em Atenas, há
exatamente um ano. Esta foi a última prova de Holmes em sua terra
natal, pois ela encerrará sua carreira nos Jogos da Commonwealth,
que acontecem no mês de março de 2006 em Melbournea.

“Fico feliz em ter estado com elas (minhas adversárias) até os
600 metros, levando em conta que não fiz nenhum treino. Tenho que
agradecer ao público britânico e à Federação por ter me apoiado no
tratamento dos meus problemas físicos. Agora tenho de colocar minhas
pernas para refrescar e pensar se vou participar dos Jogos da
Commonwealth”, disse Holmes. Após a prova, ela deu uma volta de honra
na pista, exibindo as
medalhas conquistadas no ano passado em Atenas.

A norte-americana Sanya Richards conquistou nesta sexta-feira a melhor
marca do ano nos 400 m feminino, ao cravar 48s92 na quarta etapa da
Liga de Ouro, no Grande Prêmio de Zurique, na Suíça.

Com o resultado, a atleta, que foi vice-campeã mundial na última
semana, em Helsinque, na Finlândia, melhora em 36 centésimos a sua
melhor marca na temporada 2005, que era de 49s28 e havia sido
estabelecida por ela mesmo no dia 25 de junho, na cidade de Carson,
nos Estados Unidos.

O tempo registrado nesta sexta, além de ser o melhor do ano, é também
o mais significativo na carreira de Richards, que também se tornou a
primeira a correr os 400 abaixo de 49s00 em 2005. O recorde da prova
já dura quase 20 anos e foi marcado em 6 de outubro de 1985, pela
britânica Marita Koch, com 47s60.

Campeã mundial, Tonique Williams-Darling, de Bahamas, completou a
prova com 49s30 e ficou com a medalha de prata, à frente de outra
norte-americana, Monique Hennagan, com 50s24.

“Eu corri de maneira fantástica hoje, com minha melhor marca do ano.
Estou muito satisfeita porque consegui minha revanche contra Tonique,
quando ela ficou com em primeiro e eu cheguei em segundo”, comentou a
vencedora.

Recordista mundial dos 3.000 m com obstáculos, Saif Saeed Shaheen, do
Qatar, conseguiu sua 23ª vitória consecutiva na prova ao marcar
8min02s69 em Zurique.

Bicampeão olímpico e imbatível desde 2002, Shaheen superou com
facilidade o medalhista de bronze no Mundia, Brimin Kipruto, que
Quênia, que cruzou a linha de chegada em 8min10s69, à frente também de
seu compatriota Paul Koech, com 8min11s79.

“Eu queria quebrar o recorde mundial, mas começou a chover e percebi
que as coisas não iam acontecer como eu queria”, disse o vencedor, que
detém a melhor marca do mundo, com 7min53s63. A 150 metros da linha
final, ele chegou a sofrer uma queda na pista molhada. “Não tenho
explicação para isso.”