Maior rival de Jadel, sueco Olsson desiste do Mundial

Reuters  
Sueco Olsson, melhor triplista do mundo

O atual campeão olímpico e mundial do salto triplo, o sueco Christian Olsson, anunciou nesta quarta-feira sua desistência do Mundial de atletismo, que será disputado a partir do dia 6 de agosto em Helsinque (Finlândia). Sem Olsson, crescem as chances de medalha do brasileiro Jadel Gregório, dono da segunda melhor marca do ano na prova.

"Eu já ganhei tudo o que é possível ganhar e não quero ir a um Mundial apenas para participar", disse Olsson à agência sueca de notícias "TT", em referência à cirurgia no tornozelo direito a que se submeteu em março. "Meu pé já está curado, mas não quero assumir riscos desnecessários".

"Quero focar o Mundial indoor em Moscou, no ano que vem e, em seguida, o maior dos meus objetivos, que é ganhar o Campeonato Europeu em casa, em Gotemburgo", disse Olsson.

Olsson não disputa uma competição internacional desde setembro do ano passado. Ele é o único triplista da história a ostentar, ao mesmo tempo, os títulos olímpico, mundial, mundial indoor, europeu e europeu indoor simultaneamente.

Presidente da Wada critica os EUA por acordo com fundador da Balco

Presidente da Wada critica os EUA por acordo com fundador da Balco

Vicente Toledo Jr.
Enviado especial do UOL
Em Montreal (Canadá)

O presidente da Wada (sigla em inglês de Agência Mundial Antidoping), Dick Pound, criticou nesta segunda-feira a decisão da justiça dos Estados Unidos em propor um acordo a Victor Conte, fundador do laboratório Balco, pivô do maior escândalo de doping dos últimos anos.

Em troca de uma punição mais branda, Conte confessou ter distribuído esteróides anabolizantes a mais de 30 atletas – entre eles os velocistas norte-americanos Marion Jones e Tim Montgomery – e criado um esquema de lavagem de dinheiro para encobrir as atividades ilegais do laboratório.

"Não me surpreendo com essa barganha, já que a maioria dos processos criminais termina com acordos desse tipo. Mas lamento que alguém que contribuiu sistematicamente para a destruição dos valores do esporte possa escapar sem uma punição severa", lamentou Pound em entrevista coletiva realizada em Montreal, onde acontece a 11ª edição do Mundial de Esportes Aquáticos.

"É uma mensagem ruim que a justiça dos EUA está transmitindo ao mundo. Não é nada encorajador para a luta contra o doping e o uso de drogas ilegais no esporte", completou Pound.

Conte poderia pegar até 25 anos de prisão (20 pela lavagem de dinheiro e cinco pela distribuição de drogas ilegais a atletas), mas deve ter sua pena reduzida para somente quatro meses pela colaboração com as investigações.

Outros dois acusados fizeram acordo semelhante com a justiça norte-americana: James Valente, vice-presidente do Balco, e Greg Anderson, treinador pessoal do jogador de beisebol Barry Bonds, do San Francisco Giants.

Além de abrandar a punição aos fornecedores das drogas, o acordo pode acabar ajudando também os atletas que consumiram as substâncias produzidas no laboratório californiano, uma vez que seus depoimentos permaneceriam sob sigilo judicial.

"Está claro que o laboratório Balco tinha entre seus clientes alguns dos principais atletas do mundo. E que eles conseguiram escapar do nosso radar durante muito tempo", disse, frustrado, o presidente da Wada. "Muitas evidências desse caso não serão reveladas, e muitos atletas envolvidos com doping não serão descobertos", completou.

Entre os atletas supostamente envolvidos com Victor Conte e o laboratório Balco estão Marion Jones, ganhadora de cinco medalhas em Sydney-2000, Tim Montgomery, ex-recordista mundial dos 100 m rasos, Barry Bonds e Jason Giambi, duas das maiores estrelas da liga profissional norte-americana de beisebol.

"Victor Conte e Marion Jones têm versões totalmente opostas sobre o que realmente aconteceu. Ela jura jamais ter usado nada, enquanto ele afirma ter presenciado as aplicações. Um deles está mentindo, e eu ainda tenho esperança de que possamos descobrir quem é", afirmou Pound, ex-nadador canadense que foi finalista olímpico em Roma-1960.

O presidente da Wada disse ainda que, apesar de lamentar a postura da justiça norte-americana no caso Balco, as autoridades dos EUA estão mostrando maior disposição na luta contra o doping. "Tanto que o congresso está preocupado com o assunto e tentando criar uma legislação mais rígida para as ligas profissionais", lembrou.

Como MLB, NBA e outras ligas esportivas dos EUA têm suas próprias regras antidoping – geralmente mais brandas -, a Wada e as federações internacionais têm encontrado dificuldades para fazer valer as regras estabelecidas pelo Código Mundial Antidoping naquele país e, consequentemente, em todo o mundo.

"Se os EUA não aceitam as nossas regras antidoping, muitos outros países se perguntam: ‘por que devemos obedecer se os norte-americanos não fazem o mesmo?’".

Presidente da Wada critica os EUA por acordo com fundador da Balco

Presidente da Wada critica os EUA por acordo com fundador da Balco

Vicente Toledo Jr.
Enviado especial do UOL
Em Montreal (Canadá)

O presidente da Wada (sigla em inglês de Agência Mundial Antidoping), Dick Pound, criticou nesta segunda-feira a decisão da justiça dos Estados Unidos em propor um acordo a Victor Conte, fundador do laboratório Balco, pivô do maior escândalo de doping dos últimos anos.

Em troca de uma punição mais branda, Conte confessou ter distribuído esteróides anabolizantes a mais de 30 atletas – entre eles os velocistas norte-americanos Marion Jones e Tim Montgomery – e criado um esquema de lavagem de dinheiro para encobrir as atividades ilegais do laboratório.

"Não me surpreendo com essa barganha, já que a maioria dos processos criminais termina com acordos desse tipo. Mas lamento que alguém que contribuiu sistematicamente para a destruição dos valores do esporte possa escapar sem uma punição severa", lamentou Pound em entrevista coletiva realizada em Montreal, onde acontece a 11ª edição do Mundial de Esportes Aquáticos.

"É uma mensagem ruim que a justiça dos EUA está transmitindo ao mundo. Não é nada encorajador para a luta contra o doping e o uso de drogas ilegais no esporte", completou Pound.

Conte poderia pegar até 25 anos de prisão (20 pela lavagem de dinheiro e cinco pela distribuição de drogas ilegais a atletas), mas deve ter sua pena reduzida para somente quatro meses pela colaboração com as investigações.

Outros dois acusados fizeram acordo semelhante com a justiça norte-americana: James Valente, vice-presidente do Balco, e Greg Anderson, treinador pessoal do jogador de beisebol Barry Bonds, do San Francisco Giants.

Além de abrandar a punição aos fornecedores das drogas, o acordo pode acabar ajudando também os atletas que consumiram as substâncias produzidas no laboratório californiano, uma vez que seus depoimentos permaneceriam sob sigilo judicial.

"Está claro que o laboratório Balco tinha entre seus clientes alguns dos principais atletas do mundo. E que eles conseguiram escapar do nosso radar durante muito tempo", disse, frustrado, o presidente da Wada. "Muitas evidências desse caso não serão reveladas, e muitos atletas envolvidos com doping não serão descobertos", completou.

Entre os atletas supostamente envolvidos com Victor Conte e o laboratório Balco estão Marion Jones, ganhadora de cinco medalhas em Sydney-2000, Tim Montgomery, ex-recordista mundial dos 100 m rasos, Barry Bonds e Jason Giambi, duas das maiores estrelas da liga profissional norte-americana de beisebol.

"Victor Conte e Marion Jones têm versões totalmente opostas sobre o que realmente aconteceu. Ela jura jamais ter usado nada, enquanto ele afirma ter presenciado as aplicações. Um deles está mentindo, e eu ainda tenho esperança de que possamos descobrir quem é", afirmou Pound, ex-nadador canadense que foi finalista olímpico em Roma-1960.

O presidente da Wada disse ainda que, apesar de lamentar a postura da justiça norte-americana no caso Balco, as autoridades dos EUA estão mostrando maior disposição na luta contra o doping. "Tanto que o congresso está preocupado com o assunto e tentando criar uma legislação mais rígida para as ligas profissionais", lembrou.

Como MLB, NBA e outras ligas esportivas dos EUA têm suas próprias regras antidoping – geralmente mais brandas -, a Wada e as federações internacionais têm encontrado dificuldades para fazer valer as regras estabelecidas pelo Código Mundial Antidoping naquele país e, consequentemente, em todo o mundo.

"Se os EUA não aceitam as nossas regras antidoping, muitos outros países se perguntam: ‘por que devemos obedecer se os norte-americanos não fazem o mesmo?’".