Brasileiros quebram recordes e alcançam índices

Marcos Santos, de 29 anos, quebrou o segundo recorde mais antigo do
atletismo brasileiro. Neste domingo, em São Caetano do Sul (SP), ele
alcançou 66,39m no lançamento do martelo, superando a marca anterior,
de Celso de Moraes, que era 65,50m. O registro antigo datava de 9 de
dezembro de 78.
No mesmo torneio em São Caetano, Jucilene Sales de Lima conseguiu
índice para o Mundial de Menores (até 17 anos), que será realizado em
julho, no Marrocos. Ela marcou 47,18m no lançamento do dardo.

Neste fim de semana também foi disputado um meeting em Buenos Aires,
Argentina, com mais recordes brasileiros. Fabiana Murer e Joana Costa
chegaram a 4,30m no salto com vara, cinco centímetros acima da melhor
marca do país que, curiosamente, também era dividida pelas atletas. O
resultado também é índice B para o Mundial de Helsinque, em agosto.

A marca anterior de Fabiana fora conseguida em São Paulo, em julho de
2004. Joana igualou o recorde em maio deste ano, também na capital
paulista. Em Buenos Aires, Fabiana foi a campeã da prova e Joana ficou
em segundo lugar, à frente da argentina Alejandra Garcia, recordista
sul-americana com 4,42m, que não passou dos 4,10m.

Na Bolívia, Anselmo Gomes da Silva foi o brasileiro com melhor
resultado no GP Sul-americano de Cochabamba, neste domingo. Ele voltou
a fazer o índice A para o Mundial ao vencer os 110m com barreiras com
13s31, seu recorde pessoal.

Agora, entre os quatro brasileiros já qualificados para o Mundial, ele
tem a segunda melhor marca, atrás apenas de Redelen dos Santos, com
13s30.

No mesmo torneio, Sanderlei Parrela venceu os 400m com 45s64 e fez o
índice B para Helsinque. Nos 100m, Lucimar Moura foi a primeira a
cruzar a linha de chegada, com 11s32, e voltou a fazer a marca B.
Outra vitória brasileira veio no lançamento do dardo, com Alessandra
Resende (55,50m).

Maratonista brasileiro pode ir à Justiça contra mudança de regra

A definição dos brasileiros que irão disputar a maratona do Mundial de
Helsinque, em agosto, pode parar nos tribunais.

Tudo porque a Iaaf, entidade que comanda o atletismo, resolveu alterar
as regras no meio do jogo, prejudicando dois brasileiros que ganharam
na rua o direito de disputar o evento na Finlândia.

Em fevereiro de 2004, William Amorim venceu a Maratona de Miami, tendo
a escolta de Genilson da Silva no pódio. Os dois fizeram tempo abaixo
de 2h18min.

A prova valia para a obtenção do índice para a Olimpíada. Dez meses
depois, a Iaaf relacionou as maratonas cujas marcas valiam para o
Mundial. Miami ficou fora.

“É sacanagem. Se falassem antes que Miami não valia, nem teria ido
lá”, lamenta Amorim, 29. Seu treinador, Henrique Viana, estuda enviar
reclamação formal à confederação brasileira. Alexandre Minardi,
técnico de Silva, não fará queixa.

“É um caso passível de recurso à Corte de Arbitragem do Esporte”, diz
Thomaz Mattos de Paiva, especialista em legislação esportiva.

Sem eles, o Brasil irá a Helsinque com Marilson dos Santos, Vanderlei
Cordeiro, Clodoaldo da Silva, Claudir Rodrigues e André Luiz Ramos,
que deve ficar com a vaga, mesmo com marca quase um minuto mais lenta
do que a de Amorim. Rômulo da Silva, lesionado, desistiu de ir ao
Mundial.

A Iaaf diz que a exclusão de Miami se deve ao não cumprimento de suas
normas. Para a prova ser oficial, o percurso deve ser atestado pelo
medidor credenciado pela Iaaf ou pela Aims (Associação Internacional
de Maratonas e Corridas de Rua).

Em dezembro, a federação instituiu que só valeriam os tempos de provas
mensuradas por profissionais de nível A ou B (mais experientes).

“Maratonas como as de Londres, Nova York, Boston, Berlim e Chicago
cumprem o novo critério. Miami, não”, afirmou à reportagem Nick
Davies, porta-voz da Iaaf.

Hoje, no Brasil, apenas as edições de São Paulo, Rio, Florianópolis e
Porto Alegre, que foi disputada neste domingo, obedecem à regra.

Marion Jones é derrotada na Holanda

Marion Jones, velocista americana que ganhou três medalhas de ouro em
Sydney-2000, manteve o desempenho mediano que vem apresentando desde
que sua conecção com o laboratório Balco, responsável pelo escândalo
do uso de substâncias proibidas que não eram detectadas por exames
antidoping, foi revelada.

Jones acabou a corrida na segunda colocação, atrás de Chandra Sturrup,
das Bahamas, com o medíocre tempo de 11s29. A velocista, cujo marido,
o recordista mundial dos 100 m rasos Tim Montgomery pode ser suspenso
por toda a vida do atletismo, se mostrou decepcionada com o resultado.

“Pensei que eu poderia correr abaixo dos 11 segundos hoje”, afirmou
Jones, que correrá de novo na Itália, na próxima quarta-feira. “Estou
treinando certo, então só me resta lidar com a situação corrida a
corrida”.

A melhor marca pessoal de Marion Jones é 10s65. Apesar de nunca ter
sido flagrada em um exame antidoping, a americana é uma das atletas
que estão sob constante suspeita. “Quem pensa que uso doping se
engana”.