Saiba o que as crianças devem aprender nos próximos anos 

Crianças devem desenvolver habilidades específicas para o século 21

Em uma palestra, Viviane Senna, a presidente do Instituto Ayrton Senna, fez o seguinte questionamento: Se um médico cirurgião que atuava no início do século 20 pudesse visitar um centro cirúrgico de hoje, ele conseguiria fazer uma cirurgia? Provavelmente não. E um professor? Ele conseguiria dar aula? Pouco mudou na educação nos últimos anos e muito se discute sobre as competências para o século 21. Ouvimos especialistas para explicar quais são essas habilidades e como os pais podem preparar seus filhos para o futuro.

O grande desafio deste século 21 está em entender todas as mudanças que ocorrem em alta velocidade ditadas pela tecnologia e pela inovação. Para isso, o Ministério da Educação, ao elaborar a BNCC (Base Nacional Curricular Comum), estipula dez pontos a serem trabalhados nas escolas entre eles a criatividade, o pensamento científico, a cultura digital, a empatia, a cooperação e o projeto de vida.

São habilidades fundamentais principalmente quando o foco está na tecnologia. “Muitas profissões que existem hoje, não existiam há 15 anos e muitas novas virão, precisamos preparar os jovens para esse mundo”, explica Mariana Breim, diretora de desenvolvimento integral do Instituto Península

“Essas competências estabelecidas pela BNCC passam na transversal de toda formação da educação básica, da educação infantil ao ensino médio e não estão dissociadas das matérias como português e matemática”, explica Cynthia Sanches, gerente de projetos do Instituto Ayrton Senna. “Uma pesquisa de impacto acadêmico e sócio emocional realizada no Rio de Janeiro mostra que a abertura ao novo, a curiosidade dá ao aluno um avanço de três meses no aprendizado de língua portuguesa e organização e foco tem a mesma correlação com matemática”.

No geral, o Brasil não tem grandes exemplos de políticas públicas com foco nessas competências, o que na prática significa que não há um trabalho desenvolvido com os professores, nem material didático específico. “Não pode ser um projeto isolado de um professor, é importante que haja o envolvimento de todas as áreas, que seja um projeto da escola, de educação integral”.

“Vivemos em um momento de revolução tecnológica, todas as pessoas estão conectadas e tudo muda em alta velocidade, é preciso que as crianças desenvolvam flexibilidade, resiliência e a base curricular é uma janela de oportunidade para esse desenvolvimento e uma mudança nas escolas”, avalia Mariana Breim.

Para Rebeca Otero, coordenadora de Educação da UNESCO no Brasil, é necessário repensar a Educação como um todo. “É preciso formar um cidadão global, que esteja qualificado para a vida e para interagir com o planeta de forma sustentável”.

Desenvolver essas competências é fundamental para abrir portas no mercado de trabalho e impacta diretamente na empregabilidade. “São habilidades que podem ser desenvolvidas ao longo da vida e as escolas podem usar, de forma estratégica e intencionalmente, essas competências”, explica Cynthia Sanches – Instituto Ayrton Senna

E o caminho é mais simples do que parece. Uma dica é a educação mão na massa. Um projeto colaborativo que transforma a sucata em um robô, por exemplo, conta com o trabalho em equipe, a tecnologia, a persistência e sustentabilidade. “Não é a ação de um único professor, mas um conjunto de ações trabalhadas com um objetivo”, diz Cynthia.

“As competências sócio emocionais devem estar presentes na educação como a promoção da autoestima, o controle das emoções, que vai gerar adultos que sabem conviver melhor em sociedade”, diz Rebeca. Esse controle impacta diretamente na empregabilidade e manutenção do emprego, por exemplo.

Confira as habilidades que seu filho deverá desenvolver nos próximos anos:

  1. Conhecimento
  2. Pensamento crítico-científico e criativo
  3. Repertório Cultura
  4. Comunicação
  5. Cultura Digital
  6. Argumentação
  7. Trabalho e Projeto de Vida
  8. Autoconhecimento
  9. Empatia e Cooperação
  10. Responsabilidade e cidadania

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