Anhanguera também investe em cursos técnicos

À semelhança de seus pares Estácio e Kroton, a Anhanguera também está diversificando o seu negócio. O grupo educacional paulista planeja oferecer a partir do próximo ano cursos técnicos para atender ao Pronatec, programa do governo federal que concederá bolsas de estudos.

O Pronatec, sancionado pela presidente Dilma Rousseff em 2011, recebeu 4 milhões de matrículas. A Kroton, que anunciou há pouco mais de três meses uma fusão com a Anhanguera, abriu neste semestre matrículas para cursos técnicos do Pronatec. A Estácio não está apostando em cursos técnicos, mas diversifica ao investir em cursos de educação continuada como pós-graduação, cursos livres e corporativos.

A Anhanguera também iniciou neste semestre sete cursos on-line com aulas 100% a distância. Até então, havia apenas um modelo híbrido, em que há aulas presenciais duas vezes por semana e a distância nos demais dias. Ontem, divulgou os resultados do segundo trimestre. Registrou lucro líquido de R$ 34,1 milhões, com aumento de 38,9% em relação a um ano antes.

A receita líquida avançou 11,7%, para R$ 451,7 milhões. Essa alta foi motivada basicamente pelo aumento de 9,1% no número de alunos, que atingiu 459,2 mil em junho. A maior expansão veio dos cursos a distância, cuja demanda cresceu 14,2%.

Já nos cursos presenciais, um dos responsáveis pelo avanço foi o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A companhia encerrou o segundo trimestre com 100 mil alunos apoiados pela linha de crédito do governo federal – isso representa 33% da carteira de estudantes de cursos presenciais de graduação. “Já batemos nossa meta e agora pretendemos chegar no fim do ano com 120 mil”, diz Roberto Valério, presidente da Anhanguera. Esse número é o dobro do registrado em dezembro de 2012. O número total de alunos da companhia é de 459,2 mil.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) teve alta de 24%, para R$ 86,3 milhões, e a respectiva margem ficou em 19,1%, ou seja, 1,9 ponto percentual a mais em relação ao segundo trimestre de 2012.

“A melhora no lucro e Ebitda é resultado, principalmente, do aumento de cinco pontos percentuais na margem do lucro bruto das empresas adquiridas”, explicou José Augusto Teixeira, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Anhanguera. A margem de lucro bruto das empresas adquiridas pela Anhanguera atingiu 29,3%. A meta, sem prazo definido, é chegar em 50%.

No segundo trimestre, a provisão para devedores duvidosos (PDD) aumentou 6,8% para 8,2% da receita líquida. Essa expansão deve-se ao aumento da inadimplência no fim do ano passado. A companhia provisiona os boletos de mensalidades com atraso de 180 dias, que coincide com o segundo trimestre deste ano.