Professor da Educação Física Professor de ? Física faz da inventividade a sua marca

O professor Jorge Sergio Perez Gallardo e o manômetro na tela do
computador: “As idéias borbulham conforme enxergo uma
necessidade”.(Foto: Antoninho Perri)Inventar coisas. Como nas
histórias em quadrinhos do Professor Pardal, o professor Jorge Sergio
Perez Gallardo, da Faculdade de Educação Física, vive preocupado em
desenvolver algo útil e inovador para o dia-a-dia da população. “As
idéias borbulham conforme enxergo uma necessidade. Não se ganha muito
dinheiro, mas se pode melhorar a qualidade de vida das pessoas”,
acredita. Em dois anos, Gallardo já depositou três patentes e se
prepara para registrar um manômetro de pequena escala para medir o
tônus muscular de recém-nascidos e que permite realizar exames
objetivos em apenas cinco minutos. O dispositivo funcionaria como
alternativa ao tradicional exame de Apgar, que registra indicadores de
cor de pele, resposta a estímulo, respiração, intensidade de choro e
freqüência de batimentos cardíacos.

Inventor já depositou três patentes e prepara novas criações

Segundo o professor da FEF, o Apgar aponta resultados subjetivos,
enquanto que o manômetro mede a variação do tônus muscular, a partir
da pressão palmar do bebê. “É um bom indicativo do estado de saúde da
criança. Seria como medir a febre através do termômetro. Com a medida
de tônus muscular é possível saber inclusive o estado emocional. Nesse
sentido, o invento ofereceria informações fundamentais para um
diagnóstico do bom desenvolvimento”, explica. Outra aplicação do
manômetro seria para avaliar, de forma objetiva, o estado de dor de um
bebê irritado. Os principais beneficiados com o dispositivo seriam os
médicos obstetras e profissionais da saúde que trabalham com partos e
recém-nascidos.

Descanso para os braços idealizados antes da viagem de 15 mil
quilômetros até o ChileSegurança ? A observação do risco a que se
submetem os jardineiros, que diariamente precisam podar a grama em
áreas íngremes, inspirou outra patente. Trata-se de uma plataforma
antiderrapante ajustável em calçados, com travas, apropriada para uso
em áreas inclinadas ou escorregadias. “Percebia o perigo iminente na
atividade e criamos uma solução para os jardineiros”, explica Jorge
Gallardo. A plataforma é composta por pequenos grampos posicionados na
vertical, podendo ser de metal ou plástico, fazendo com que o
jardineiro finque os pés na grama e eliminando o risco de acidente de
trabalho.

O professor observa que existem sapatos para se andar no gelo e mesmo
aqueles utilizados por jogadores de golfe. O diferencial da patente
que propõe está no baixo custo, facilidade de transporte e na
segurança no trabalho, podendo ser uma boa opção para prefeituras e
empresas que empregam mão-de-obra neste setor. O pesquisador assina a
patente com Ângelo José Zampolli, dono de uma serralheria em Campinas,
e ambos já estão desenvolvendo o protótipo da plataforma que será
oferecida à indústria interessada em produzi-la em larga escala.

Calçado com a plataforma antiderrapante inspirada no trabalho dos
jardineirosOutra idéia Gallardo teve quando se deparou com a
necessidade de dirigir o carro por 15 mil quilômetros até sua terra
natal, o Chile. Para minimizar o desconforto na viagem, a solução foi
instalar um descanso para os braços, removível. Um tubo metálico é
encaixado entre o assento e o encosto do banco do veículo, fixando-se
ali dois braços articulados que permitem ao motorista apoiar seus
braços enquanto dirige. O dispositivo é de fácil instalação. Diante da
própria experiência até o Chile, Gallardo afirma que sentiu diminuir o
trabalho da musculatura cervical, evitando dores e desconforto que
poderiam prejudicar o reflexo do condutor.

Sistema de argolas móveis para facilitar as acrobacias aéreas e
otimizar os treinos dos alunosAcrobacias ? A primeira invenção de
Jorge Gallardo é de 2004, quando desenvolveu um sistema de argolas
móveis e reguláveis para facilitar as acrobacias aéreas. A idéia
surgiu da necessidade de otimizar os treinos do Grupo Ginástico da
Unicamp. O aparelho oficial de ginástica ganhou uma estrutura de ferro
fundido, eixos e dobradiças. Com isso, o atleta consegue impulso para
frente e para trás e aumenta a possibilidade de prática de outros
exercícios. Segundo Gallardo, o professor de educação física convive
com a exigência de inovar na substituição de objetos e materiais, a
fim de tornar as aulas mais atrativas. O problema é que não há
tradição de patentear as invenções entre os profissionais da área, o
que não acontece com ele, que tomou gosto pela prática.

Neste momento, Gallardo comemora a entrega de outros três projetos
para patenteamento: um urinol com mangueira para pessoas acamadas; uma
bolsa coletora de urina, descartável, para viagem ou utilização em
clínicas, hospitais, asilos, camping, colônia de férias; e um
dinamômetro medidor de pressão de botijões de gás de uso doméstico. Em
fase de criação, uma arquibancada retrátil própria para espaços
menores, com capacidade para 25 pessoas.

Fonte: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/julho2006/ju329pag8a.html

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