CAS rejeita apelo e deixa Vanderlei sem o ouro em Atenas

O sonho do brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima em ganhar a medalha
de ouro da maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas acabou
definitivamente nesta quinta-feira. A Corte de Arbitragem do Esporte
(CAS), instância máxima da justiça desportiva mundial, rejeitou o
pedido do atleta.

A decisão da CAS já era esperada. O pedido de Vanderlei e do Comitê
Olímpico Internacional era que o brasileiro fosse agraciado com a
medalha de ouro sem que o italiano Stefano Baldini, vencedor da prova,
perdesse o seu título. O caso já tinha sido julgado pela Associação
Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), que não aceitou o
pedido brasileiro.

No comunicado sobre a decisão, a CAS afirmou que “não existe poder
nesta instância para remediar sua legítima frustração.
Conseqüentemente, a CAS confirma a decisão tomada pela IAAF em 29 de
agosto de 2004, o que significa que os resultados da maratona jogos
Jogos Olímpicos de Atenas permanecem inalterados.”

Vanderlei queria a medalha de ouro porque foi agarrado pelo padre
irlandês Cornelius Horan quando liderava a maratona em Atenas. Ajudado
pelo grego Polyvios Kossivas, Vanderlei conseguiu voltar à prova e
acabou terminando em terceiro lugar, conquistando a medalha de bronze.

“A reversão era algo muito difícil, não dependia de mim. Fiquei apenas
na torcida. Mas em nenhum momento fiquei em cima disso. A superação na
Olimpíada e o reconhecimento das pessoas pesam mais”, disse o atleta.

Vanderlei brasileiro foi ouvido pela Corte no começo de junho. Os
advogados Sérgio Mazzillo e Marcelo Franklin, responsáveis pela
representação jurídica dos apelantes, concentraram sua exposição na
suposta quebra de regulamento da IAAF, que não teria proporcionado a
segurança adequada ao primeiro colocado.

Para sustentar o argumento, Mazzillo e Franklin contaram com o
depoimento de cinco peritos, na seguinte ordem: Ricardo D’Angelo, Luís
Antonio dos Santos (maratonista), Carlos Cavalheiro (treinador),
Rodolfo Eichler (medidor da Associação Internacional de Maratonas e
Corridas de Rua) e Paul McKinnon (segurança, Austrália). Além desses
especialistas em corridas, o ‘anjo grego’ Polyvios Kossivas serviu de
testemunha.

O caso foi julgado por três membros indicados pelos envolvidos. O COB
e Vanderlei indicaram o advogado suíço Jean Pierre Morand. A IAAF
nomeou o canadense Richard Mclaren e a CAS indicou o advogado sueco
Haj Hobér.

O ataque de Cornelius Horan transformou Vanderlei Cordeiro de Lima em
celebridade. Até mesmo o primeiro-ministro do Japão, Junichiro
Koizumi, fez questão de se encontrar com o maratonista. A história
também será transportada para o cinema.

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