Jogos de Inverno – Bananas congeladas re recuperam no Bobsled

A última colocação entre 25 equipes após as duas primeiras baterias,
nesta sexta-feira, pode ser considerada como uma vitória para o
bobsled brasileiro nos Jogos Olímpicos de Inverno Turim-2006. Depois
de sofrer um acidente sem gravidade na primeira descida, o quarteto do
Brasil retornou às perigosas curvas da pista de Cesana Pariol e, a
127km/h, completou a segunda descida em 58s51, totalizando um tempo de
1m58s52, a 8s32 dos alemães, que terminaram o dia em primeiro lugar.

Neste sábado, acontecem as duas últimas descidas da competição de
bobsled de quatro. Os 20 melhores conjuntos após a terceira bateria se
classificam para a final. Como nenhum atleta se feriu e o trenó cruzou
a linha de chegada na descida inicial, a equipe brasileira tem
presença confirmada na terceira prova deste sábado. “O verdadeiro
espírito do esporte não é só tentar vencer, mas também saber perder.
Aconteceu um erro hoje, como acontece em qualquer modalidade. Foi
importante descer a segunda vez para provarmos que estamos bem e que
somos capazes”, disse Claudinei Quirino, o primeiro medalhista
olímpico brasileiro a competir em Jogos Olímpicos de Verão e de
Inverno. Claudinei conquistou a prata no revezamento 4x100m rasos nos
Jogos Olímpicos de Sydney-2000.

Recuperado do susto e feliz com a segunda descida, o piloto Ricardo
Raschini, responsável pelo erro na bateria anterior, recebeu o carinho
dos colegas. Emocionado, ele retribuiu. “Estou com uma equipe
sensacional. Eles são fora-de-série. O companheirismo é muito grande”.

O acidente aconteceu na curva 14, a mesma em que o trenó brasileiro
virou no primeiro dia de treinos oficiais, na última terça-feira.
“Infelizmente as seis decidas dos treinos não foram suficientes para
memorizar toda a pista. Não segurei o trenó na curva 14″, lamentou
Raschini. “É uma situação muito chata. A responsabilidade do piloto é
muito grande, todos contam com você. Mas nós demos a volta por cima.
Acho que na primeira descida nós faríamos um tempo melhor. Foi uma
pena, mas acontece. Acho que agora acertei a curva 14″, afirmou
Raschini, depois da segunda descida.

Na primeira bateria, o trenó verde-amarelo, composto por Ricardo
Raschini, Edson Bindilatti, Márcio Silva e Claudinei Quirino, tombou
para a esquerda a quase 110km/h. Os atletas brasileiros nada sofreram.
Mesmo com a virada, o Brasil chegou ao final da pista em 1m0031.

Em Turim-2006, a pista de Cesana Pariol, com 1.435 metros de extensão
e 19 curvas, já havia causado acidentes nas provas de luge, skeleton E
bobsled feminino. Segundo Eric Maleson, capitão da equipe brasileira,
os Bananas Congeladas enfrentaram inúmeras dificuldades durante o
período de preparação para os Jogos Olímpicos, notadamente o pouco
tempo para treinar. “Essa pista é muito difícil, a Nova Zelândia
também virou durante os testes. Estar aqui, entre os melhores, já é
uma grande vitória para nós. O mais importante é que todo mundo está
inteiro. Eles saíram andando da pista. E com certeza ainda temos muito
o que aprender e quem sabe estaremos entre os dez melhores do mundo
nos Jogos de Vancouver, em 2010″.

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