Isinbayeva extrapola e se torna a 1ª mulher a saltar 5,00 m

Já virou regra. Em toda competição que ela disputa, é recorde mundial.
Mas, nesta sexta-feira, a russa Yelena Isinbayeva extrapolou. Ela
bateu o recorde mundial do salto com vara duas vezes, sendo que, na
segunda oportunidade, se tornou a primeira mulher a saltar 5,00 m.

O feito aconteceu no Super Grand Prix de Londres, na Inglaterra. O
recorde mundial, claro, era ela, conquistado no último sábado, em
Madrid, na Espanha, com 4,95 m.

Nesta sexta, já na sua segunda tentativa, ela melhorou a marca para
4,96 m. Já com o ouro garantido, e apenas 10 minutos depois de cravar
um novo recorde, Isinbayeva arriscou o que nenhuma mulher havia
tentado até hoje: saltar 5,00 m. A russa conseguiu o feito inédito e
registrou o recorde mundial da prova pela 17ª em sua carreira.

“Era o meu sonho ser a primeira mulher a saltar 5,00 m. Eu não posso
explicar o que estou sentindo. Eu adoro todo o clima daqui. A
temperatura estava boa e a torcida foi sensacional”, festejou
Isinbayeva.

Para a russa, sua série de recordes, que começou em julho de 2003, não
tem limites. “Eu não sei o quanto alto eu posso saltar. Acho que posso
conseguir 5,05 m, ou até mais.”

Campeã olímpica e líder no ranking geral feminino da Iaaf (Federação
Internacional das Associações de Atletismo), a atleta da Rússia, de 23
anos, é um dos maiores fenômenos no atletismo mundial nos últimos
anos.

Eu acho que ela é única. Ela quebra recordes da mesma maneira que eu
fazia na minha época.
Sergey Bubka

Caso mantenha a impressionante seqüência de recordes quebrados, pode
chegar à marca do lendário ucraniano Sergey Bubka, medalha de ouro nos
Jogos Olímpicos de Seul-1988 e seis vezes campeão mundial, que
registrou 35 recordes mundiais em toda a sua carreira.

Bubka acompanhou o salto de Isinbayeva e ficou maravilhado. “Eu acho
que ela é única. Ela quebra recordes da mesma maneira que eu fazia na
minha época. Saltar 5,00 m é algo especial, e penso que ela pode ir
ainda mais alto. Eu quero que ela quebre a minha marca de 35
recordes”, disse o ucraniano, que ainda é o recordista mundial
masculino, com 6,14 m, conquistados em julho de 1994, em Sestriere, na
Itália.

Além da marca histórica, Isinbayeva vai receber US$ 50 mil pelo
recorde, além de um bônus substancial por ter chegado aos 5,00 m. A
atleta já chegou a afirmar que, além da satisfação pessoal, tenta
sempre melhorar suas marcas por causa do dinheiro, já que admitiu que
“não é rica”.

Só para se ter uma idéia do domínio que Isinbayeva tem da prova, a
segunda colocada em Londres foi a polonesa Anna Rogowska, tida pela
própria russa como uma de suas grandes rivais. No entanto, Rogowska
ficou com a prata ao saltar 4,80 m, 20 centímetros de diferença para a
recordista mundial.

A discrepância é ainda maior para as terceiras colocadas, a canadense
Dana Ellis e a britânica Janine Whitlock, que conseguiram 4,47 m, mais
de meio metro de distância da russa voadora.

A marca de Rogowska parece até pequena tamanha a distância para o novo
recorde de Isinbayeva. No entanto, o salto da polonesa em Londres foi
o seu melhor do ano (havia registrado 4,76 em maio) e a quinta melhor
marca da temporada.

Dos sete melhores saltos em 2005, cinco pertencem a Isinbayeva,
enquanto os restantes são de Rogowska. Os quatro primeiros (os dois
nesta sexta, o de Madri na última semana e o de Lausanne no início do
mês) foram todos recordes mundiais.

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