Produção científica acelera, mas inovação patina no Brasil

O Brasil é um dos países que menos registram patentes, embora já invista em ciência valores próximos aos de economias desenvolvidas como Espanha e Itália. Os dados são do Relatório Mundial de Ciência 2010, publicado pela Unesco, que analisou o desempenho global entre 2002 e 2008. O motivo, de acordo com o relatório, é que a ciência no Brasil ainda depende muito do dinheiro público, e os pesquisadores estão, em sua maioria, nas universidades. O cenário é bem diferente das nações desenvolvidas, como os EUA e a maioria dos países da União Europeia, em que empresas têm muito mais peso no financiamento da ciência.

De acordo com o relatório, o setor privado brasileiro é responsável por 45% de todo o financiamento em pesquisa e desenvolvimento científico. Nos Estados Unidos, as empresas são responsáveis por 76%, e a média na União Europeia é de 65%. O problema apontado pelo relatório é que o formato brasileiro desestimula o registro de patentes, um dos principais indicadores de inovação científica. Na análise feita pela Unesco, a corrida pelas patentes aumenta a competitividade industrial e projeta os países para o cenário internacional. Mesmo sendo o 13º na produção científica mundial, a participação do Brasil no mercado mundial de patentes não passa de 0,1%. Pior: o total de registros recuou 7% entre 2002 e 2007, de 134 para 124.