Gebrselasie correu a 20,42 km/h…existe limite?

Curiosidade :
Inacreditável, Gebrselasie quebrou o próprio recorde mundial
melhorando em 27 segundos e rompeu o mito de não se correr abaixo de
2h e 04 minutos os 42.195m…ele fez 2h 03m 59 segundos….
Será que só o treinamento pode promover uma adaptação fisiológia para
a captação e transporte de oxigênio para um esforço desse tamanho ?.
Havia 10 anos exatamente que Ronaldo da Costa – Brasileiro, quebrou o
recorde mundial em Berlim sendo o primeiro homem a correr a distância
acima de 20 km/h de média…antes (10 anos) um fenômeno, hj correu
para 20,42km/h de média….até onde o organismo suporta?. Existe
limite?


Prof. Darwin Ianuskiewtz
Araraquara – SP
www.profdarwin.com

Estoque de analfabetos

Editorial – Correio Braziliense – 20/9/2008

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) mostra avanços nos
indicadores educacionais, mas em ritmo aquém do desejado. A taxa de
analfabetismo, por exemplo, mantém a tendência de queda. Em 2004, o
percentual era de 11,4%; em 2005, 11,1%; em 2006, 10,4%. Em 2007,
permaneceu o índice de dois dígitos — 10% entre a população de 15 anos
ou mais. No Nordeste, os números são piores. Nada menos que 19,9% da
população não sabe ler nem escrever. Em 1992, as cifras eram mais
vergonhosas — 32,7%.

Os 14,1 milhões de jovens e adultos analfabetos correspondem à
população sueca e norueguesa e mais de 35% da argentina. Eles colocam
o Brasil em vexatória posição no ranking latino-americano de 22
nações. O país ocupa o 15º lugar, atrás de Bolívia (9,7%), Suriname
(9,6%), Peru (9,5%), México (7,6%), Equador (7,4%), Panamá (6,6%),
Colômbia (6,4%), Paraguai (6,3%), Costa Rica (4,1%), Chile (3,1%),
Argentina (2,4%), Uruguai (2%), Trinidad e Tobago (1,3%) e Cuba
(0,2%).

Desde meados da última década, o Brasil universalizou o acesso à
escola. Ao esforço de mais de 25 anos, porém, não correspondeu o
empenho de reter o aluno nas salas de aula nem de melhorar a qualidade
do ensino. A conseqüência da indiferença e cegueira de sucessivos
governos se observou em duas ações. De um lado, a formação de
analfabetos funcionais. Depois de 2, 3, 4, 5 anos de estudos, o
adolescente é incapaz de entender a mensagem de um texto simples ou de
fazer as quatro operações. Adulto, vê-se excluído dos bons empregos.
Perpetua-se, assim, a reprodução da pobreza.

De outro lado, a evasão de crianças e jovens. Ao abdicarem
precocemente dos livros, eles abandonam o sistema e tornam-se presa
fácil do tráfico. Pesquisas comprovam que, enquanto se mantêm na
escola, meninos e meninas correm menos riscos. O sentimento de
pertencer a grupo socialmente aceito inibe as tentações de aventuras e
ganhos fáceis.

Melhorar a qualidade do ensino impõe-se não só pela necessidade de o
país contar com mão-de-obra qualificada exigida pelo mundo
globalizado. Impõe-se também para diminuir a violência, a população
carcerária e a pressão sobre a previdência e o equipamento hospitalar.
O assunto é tão importante que não deve ser projeto deste ou daquele
governo, mas projeto de Estado.

União, estados, municípios, ONGs, igrejas, clubes de serviços devem se
dar as mãos e buscar saídas criativas e eficazes para tornar a
educação prioridade nacional. A sociedade não pode aceitar que seus
filhos vão à escola sem aprender. Eles devem aprender o que têm de
aprender na idade certa. Acertar o passo da educação é condição
indispensável para o país ultrapassar a barreira do atraso e do
subdesenvolvimento.

Prática desportiva conduz a atitudes socialmente negativas

Prática desportiva conduz a atitudes socialmente negativas

:: 2008-09-26 Por Jeniffer Lopes

Carlos Gonçalves levanta questões sobre a prática actual do desporto
Carlos Gonçalves levanta questões sobre a prática actual do desporto

Centenas de jovens portugueses são adeptos da prática de desportos colectivos. Há os que optam pelo futebol, os que preferem o basquetebol, voleibol, andebol ou outros desportos ainda. Ao exercício destas modalidades associam-se, comummente, vantagens – a da manutenção de um corpo saudável e até a da tendência para uma mais fácil sociabilização dos que se dedicam a uma prática regular. Um estudo, desenvolvido por Carlos Gonçalves, investigador da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra (FCDEFUC), vem pôr em causa a noção comum de que o desporto forja o carácter. O estudo aponta até para uma prática do desporto que, segundo o contexto, pode levar a atitudes socialmente negativas, tendentes para a agressividade e intolerância.

Treinador de basquetebol desde 1981, Carlos Gonçalves, actualmente docente da FCDEFUC, decidiu utilizar a sua experiência profissional para levantar uma série de questões sobre a prática actual do desporto. Na tese de doutoramento que desenvolveu, o investigador analisa a relação entre a prática desportiva e o desenvolvimento de competências socialmente positivas. 

Para levar a cabo o estudo a que se propunha, o investigador realizou um inquérito junto de mil praticantes de desporto organizado, com idades entre os 13 e os 16 anos, abordando questões relacionadas com orientação motivacional, atitudes face ao desporto e comportamento dos treinadores.

Treinador representa um elemento decisivo 

O investigador contou ao Ciência Hoje que, com base nas respostas obtidas, foi possível concluir que, “nas idades em estudo, um ambiente de treino orientado para o auto-aperfeiçoamento e autonomia pode predizer a expressão de atitudes socialmente positivas, enquanto um ambiente de treino orientado exclusivamente para a competição pode predizer a expressão de atitudes socialmente negativas”. 

Segundo Carlos Gonçalves, os dados da observação e a percepção dos praticantes permitem afirmar que “o treinador representa um elemento decisivo na construção do ambiente”. Entre a grande maioria dos treinadores não existe consciência do papel do técnico enquanto formador ou educador, constatando-se uma tendência para trabalhar unicamente a vertente do rendimento dos atletas. 

Uma prática desportiva continuada, gratificante e com sentido para o jovem participante vai permanecer para o resto da vida como experiência positiva
Uma prática desportiva continuada, gratificante e com sentido para o jovem participante vai permanecer para o resto da vida como experiência positiva

Apesar do respeito pelo aspecto formal das regras associadas à modalidade praticada e da não aceitação de comportamentos violentos que, regra geral, os atletas demonstram ter, é comum a adesão a atitudes anti-desportivas, como o exercício de pressão psicológica sobre os adversários ou tentativas de influenciar as decisões dos árbitros.

Associar uma dimensão pedagógica

A tendência actual é para associar ao desporto uma dimensão pedagógica. A “Educação Física” é até uma disciplina obrigatória nos ensinos básico e secundário. Carlos Gonçalves revelou ao CH que “o desporto permanece uma poderosa e única ferramenta pedagógica para o desenvolvimento integral do indivíduo”. No entanto, como afirma, “o contexto pode levar a atitudes socialmente negativas, como a agressividade, a aceitação de violência, intolerância face aos outros ou face aos mais fracos e pouco respeito por normas de boa conduta”. 

O docente da FCDEFUC fala mesmo numa “patologia social” que pode levar as próprias famílias a pressionar os jovens, os treinadores e os árbitros no sentido da obtenção de resultados, o que conduz a situações contrárias à ética desportiva. 

Árbitros sofrem pressões para alterar resultados
Árbitros sofrem pressões para alterar resultados

Quando questionado sobre o que tem de mudar na prática do desporto, Carlos Gonçalves explica que será importante “intervir na organização e enquadramento das competições para crianças e jovens, alterar a formação de treinadores, pouco conscientes de implicações educativas da sua acção, sensibilizar os outros adultos significantes, em especial as famílias, para a exigência de qualidade do ambiente de prática desportiva”. 

Tendo em conta que, como o afirma Carlos Gonçalves, “uma prática desportiva continuada, gratificante e com sentido para o jovem participante vai permanecer para o resto da vida como experiência positiva”, será importante criar condições para o exercício correcto, e num contexto adequado, de qualquer modalidade desportiva. 

Trezentos mil jovens com menos de 16 anos praticam desporto organizado em Portugal. Dado o facto de a investigação e literatura produzidas sobre o tema são escassas, o estudo de Carlos Gonçalves vem permitir perceber melhor a prática de desporto organizado e indicar o caminho a seguir para corrigir o que está errado ou menos bem. 


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