Vanderlei Cordeiro de Lima se machuca e não correrá no Japão

O maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima se contundiu e não vai mais
correr a Maratona de Lake Biwa, no Japão, marcada para o dia 5 de
março.

Ele estava em Paipa, na Colômbia, realizando treinamentos para os
Jogos Pan-Americanos de 2007, quando se machucou e teve que voltar
para o Brasil.

“O Vanderlei não poderá mais correr a Maratona de Lake Biwa”, explicou
o treinador Ricardo D’ Angelo. “Assim que ele se recuperar voltará a
Paipa. Depois, decidiremos qual maratona ele irá correr”.

Enquanto isso, atletas brasileiros de corridas de média e longa
distância estão escalados para os treinamentos na Colômbia. Rômulo
Wagner da Silva, André Luiz Ramos, Celso Ficagnam e Fernando Alex
Fernandes já estão em Paipa.

Kleberson Davide, Diego Chargal, Zenaide Vieira, Michele Barreto da
Costa, Juliana Azevedo, Marilson Gomes dos Santos, Lucélia Peres e
Clodoaldo Gomes da Silva ainda chegarão ao “camping” de treinamento.

Jogos de Inverno – Bananas congeladas re recuperam no Bobsled

A última colocação entre 25 equipes após as duas primeiras baterias,
nesta sexta-feira, pode ser considerada como uma vitória para o
bobsled brasileiro nos Jogos Olímpicos de Inverno Turim-2006. Depois
de sofrer um acidente sem gravidade na primeira descida, o quarteto do
Brasil retornou às perigosas curvas da pista de Cesana Pariol e, a
127km/h, completou a segunda descida em 58s51, totalizando um tempo de
1m58s52, a 8s32 dos alemães, que terminaram o dia em primeiro lugar.

Neste sábado, acontecem as duas últimas descidas da competição de
bobsled de quatro. Os 20 melhores conjuntos após a terceira bateria se
classificam para a final. Como nenhum atleta se feriu e o trenó cruzou
a linha de chegada na descida inicial, a equipe brasileira tem
presença confirmada na terceira prova deste sábado. “O verdadeiro
espírito do esporte não é só tentar vencer, mas também saber perder.
Aconteceu um erro hoje, como acontece em qualquer modalidade. Foi
importante descer a segunda vez para provarmos que estamos bem e que
somos capazes”, disse Claudinei Quirino, o primeiro medalhista
olímpico brasileiro a competir em Jogos Olímpicos de Verão e de
Inverno. Claudinei conquistou a prata no revezamento 4x100m rasos nos
Jogos Olímpicos de Sydney-2000.

Recuperado do susto e feliz com a segunda descida, o piloto Ricardo
Raschini, responsável pelo erro na bateria anterior, recebeu o carinho
dos colegas. Emocionado, ele retribuiu. “Estou com uma equipe
sensacional. Eles são fora-de-série. O companheirismo é muito grande”.

O acidente aconteceu na curva 14, a mesma em que o trenó brasileiro
virou no primeiro dia de treinos oficiais, na última terça-feira.
“Infelizmente as seis decidas dos treinos não foram suficientes para
memorizar toda a pista. Não segurei o trenó na curva 14″, lamentou
Raschini. “É uma situação muito chata. A responsabilidade do piloto é
muito grande, todos contam com você. Mas nós demos a volta por cima.
Acho que na primeira descida nós faríamos um tempo melhor. Foi uma
pena, mas acontece. Acho que agora acertei a curva 14″, afirmou
Raschini, depois da segunda descida.

Na primeira bateria, o trenó verde-amarelo, composto por Ricardo
Raschini, Edson Bindilatti, Márcio Silva e Claudinei Quirino, tombou
para a esquerda a quase 110km/h. Os atletas brasileiros nada sofreram.
Mesmo com a virada, o Brasil chegou ao final da pista em 1m0031.

Em Turim-2006, a pista de Cesana Pariol, com 1.435 metros de extensão
e 19 curvas, já havia causado acidentes nas provas de luge, skeleton E
bobsled feminino. Segundo Eric Maleson, capitão da equipe brasileira,
os Bananas Congeladas enfrentaram inúmeras dificuldades durante o
período de preparação para os Jogos Olímpicos, notadamente o pouco
tempo para treinar. “Essa pista é muito difícil, a Nova Zelândia
também virou durante os testes. Estar aqui, entre os melhores, já é
uma grande vitória para nós. O mais importante é que todo mundo está
inteiro. Eles saíram andando da pista. E com certeza ainda temos muito
o que aprender e quem sabe estaremos entre os dez melhores do mundo
nos Jogos de Vancouver, em 2010″.

Garapa vai à universidade e vira combustível da elite – FSP 25/Fev/06

Bebida preferida dos freqüentadores de feiras livres e pesadelo de
quem quer emagrecer, o caldo de cana ganhou utilidade inusitada.
Tornou-se combustível de atletas, que usam o corpo (em forma) como
instrumento de trabalho.
Um copo, às vezes dois, após cada sessão de treino tem transformado o
desempenho de jogadores de futebol, vôlei, tênis e nadadores da elite
nacional.
“No começo, achei estranho, mas acreditei na proposta, e os resultados
têm sido ótimos. Percebo que fico mais disposta mais rápido. E o
treino rende mais”, afirma Arlene, líbero do Osasco, atual campeão
nacional de vôlei.
A experiência com o caldo começou em Campinas, na Unicamp. Os
pesquisadores descobriram que a cana-de-açúcar possui alta
concentração de carboidrato, responsável pela regeneração muscular
durante e após o esforço físico.
O assunto virou tese de mestrado de Mirtes Stancanelli.
“A restauração é muito melhor do que registramos com os produtos do
mercado. O próximo projeto é tentar transformar o caldo em pó”, afirma
a nutricionista.
Com a análise bioquímica em mãos, ela foi a campo. Seu primeiro teste
foi realizado no time da Ponte Preta, em 2001. Além de apresentar
resultados físicos nos atletas, o uso da cana ajudou a recuperar o
bolso do clube.
“Conseguimos economizar R$ 20 mil. O caldo é muito mais barato,
agradável de consumir e saudável que produtos industrializados”,
avalia Mirtes.
O Paulista, de Jundiaí, também adotou a tática para tentar agüentar a
dupla jornada entre o Paulista e a Libertadores da América.
O uso, porém, não é liberado, já que a bebida possui alto teor
calórico (200 ml têm de 150 a 200 calorias, dependendo da safra).
Mirtes calcula a dose diária necessária para cada um por meio de uma
equação que envolve a quantidade de sacarose no caldo e o peso das
pessoas. A fórmula, ela guarda a sete chaves.
Mas isso não significa que o caldo seja sinônimo de ganho de peso. A
nutricionista explica que a ingestão da bebida diminui o período de
jejum entre o treino e a refeição, evita que o corpo poupe energia e
faz com que os esportistas não se empanturrem.
Para alguns, o resultado da conta pode ser bem maior do que os cerca
de 200 ml que as jogadores do Osasco bebem todos os dias.
O tenista Ricardo Mello, no fim do ano passado, precisava ganhar
quatro quilos em seis semanas. Resultado: teve de encarar um litro de
caldo de cana por dia.
O suco, segundo a especialista, quebra a degradação dos músculos e
evita que eles sejam “consumidos” durante os exercícios.
“Nos treinos, a cada uma hora, eu tomava um copo pequeno. Quando
acabava, mais uns dois. Era meio litro de manhã e meio litro à tarde.
Achei que ia enjoar, mas foi bom”, recorda Mello.
O gosto forte e doce do caldo de cana é um dos problemas que Mirtes
encontra para estabelecer seu novo tratamento. Para superá-lo, usa
sucos de frutas, que aumentam a nutrição do atleta, ou mesmo água para
diluir a bebida.
“É bom porque varia o cardápio, principalmente para as meninas que têm
algum problema para beber muito. Mas eu prefiro o meu puro mesmo”, diz
Arlene.
O nadador Kaio Márcio, recordista mundial 50 m borboleta em piscina
curta, não enfrenta a mesma dificuldade. Pelo contrário.
Fã ardoroso da bebida, o paraibano transformou a garapa em objeto de
troca. Desde o começo da carreira, Kaio cumpria os treinos com mais
afinco sempre que seu treinador, Leodegário Arruda, o desafiava. O
prêmio: copos de caldo de cana.
O nadador também abusa da rapadura, sua sobremesa preferida, feita com
a cana-de-açúcar.
A experiência no cotidiano levou Arruda a pedir que o nadador não use
suplementos alimentares. Acreditava que não eram necessários. E, com
os resultados de Kaio, reforçou sua crença.