Ádria Santos conquista terceiro ouro no Europeu Paraolímpico

A cada dia, Ádria Santos comprova que é uma das principais atletas
brasileiras. Nesta sexta-feira, com o tempo de 12s42, a velocista
ficou com a medalha de ouro nos 100 m rasos do Campeonato Europeu
Paraolímpico, disputado na cidade finlandesa de Espoo.

Com o resultado, Ádria fechou com chave de ouro a sua passagem pela
Finlândia em agosto, depois de conquistar o tricampeonato mundial dos
200 metros em Helsinque e a mesma modalidade no Europeu na última
terça-feira.

A segunda colocação da prova ficou com a russa Elena Frolova, com
12s93, mais de meio segundo atrás da brasileira. A alemã Maren
Bossmeyer, com 13s13, completou o pódio. A espanhola Purificación
Santamarta, principal adversária de Ádria, foi desqualificada.

Mesmo correndo na companhia de Evandro Júnior, já que seu guia titular
Rafael Krub continua recuperando-se de uma contratura muscular sofrida
pouco antes da abertura do Europeu, Ádria completou a distância com
uma marca muito próxima de seu recorde pessoal, 12s28, registrado nas
Paraolimpíadas de Sidney-2000.

Ádria é o maior nome da história paraolímpica do Brasil, acumulando
quatro medalhas de ouro e oito de prata. Mineira de Nanuque, com 31
anos, ela perdeu a visão por causa de uma doença degenerativa, a
retinose pigmentar, além de um astigmatismo de nascença.

Com a ajuda do irmão, Bekele bate recorde mundial dos 10.000 m

Contando com a ajuda do irmão mais novo Tariku, o queniano Kenenisa
Bekele melhorou nesta sexta-feira o recorde mundial dos 10.000 m
durante a disputa do Grand Prix de Bruxelas, na Bélgica, mais uma
etapa da Liga de Ouro de atletismo.

Campeão olímpico e mundial, Bekele, 23, contou com a ajuda “familiar”
para ditar o ritmo e cravou 26min17s53, superando a marca de
26min20s31, que ele havia conquistado na cidade de Ostrava, na
República Tcheca, em junho do ano passado.

Ao ritmo de uma incansável bateria de uma banda africana nas
arquibancadas, Bekele dominou a prova desde o início e, mais uma vez,
confirmou como seu o principal nome dos 10.000 m. O francês Hassan El
Lahssini ficou em segundo, com 26min39s77, novo recorde europeu, à
frente do queniano Samuel Wanjiru, que cravou o novo recorde mundial
júnior com 26min51s87.

Ao subir ao pódio ao som da já tradicional música “Simply the Best”,
de Tina Turner, Bekele agradeceu seu irmão pela vitória. Tariku, que
não cruzou a linha final, liderou a prova na marca entre os 3.000 m e
até os 5.000 m, quando Kenenisa passou à dianteira e correu para o
recorde.

Bekele se tornou o primeiro homem a fechar os 10.000 m em menos de
26min20s. Antes dele, apenas dois fundistas haviam terminado a
distância abaixo de 26min30s, o queniano Paul Tergat, com 26min27s85,
também em Bruxelas, em 1997, e o etíope Halle Gebreselassie, com
26min22s75, na Holanda, em 1998.

Já nos 1.500 m, o queniano Daniel Komen Kipchirchir conseguiu a
vitória com a marca de 3min31s13, enquanto o brasileiro Hudson de
Souza não terminou a prova.
Mesmo após a vitória, Bekele não estava totalmente contente. Em
janeiro, sua noiva, Alem Techale, morreu após sofrer um ataque
cardíaco durante treinamento na Etiópia. Eles se casariam em maio.
“Não estou muito feliz, as coisas não têm sido muito fáceis, não foi
um bom verão para mim. Mas não posso fazer nada sobre isso, é
passado”, lamentou.

Campeão olímpico e mundial, o norte-americano Justin Gatlin mais uma
vez venceu os 100 m rasos, com o tempo de 9s99, à frente do francês
Ronald Pognon e do jamaicano Dwight Thomas. O veterano Maurice Greene
foi o último, com 10s56.

“Estou trabalhando na minha largada”, disse Gatlin, após a vitória.
“Depois que eu tenho um bom começo, acho que consigo alcançar uma
velocidade que nenhum outro homem consegue”, comentou.

Nos 3.000 m com obstáculos, o campeão mundial Said Saaeef Shaheen
falhou na tentativa de bater o seu recorde mundial, mas cravou o
melhor tempo do ano e o terceiro da história com 7min55s51. Na mesma
Bruxelas, no ano passado, o atleta de 22 anos registrou a melhor marca
com 7min53s63.

Iaaf anuncia dois casos de doping no Mundial de Helsinque

A indiana Neelam Jawant Singh e o ucraniano Vladyslav Piskunov tiveram
os únicos exames antidoping positivos no Mundial de Atletismo
disputado em Helsinque, informou na segunda-feira a Associação
Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf).

Singh, que disputou o arremesso de disco, teve resultado positivo para
o estimulante proibido pemolina durante o campeonato. Já o exame
positivo de Piskunov, do arremesso de martelo, foi confirmado após o
final da competição — o teste dele acusou a presença do esteróide
anabólico drostalone.

Singh não se classificou para a final do disco, e Piskunov ficou em
último na final do martelo.

O maior programa antidoping já realizado em uma competição de
atletismo foi implementado nesse campeonato, que aconteceu entre 6 e
14 de agosto, disse a Iaaf em seu site.

No total, 884 exames foram realizados antes e durante o campeonato, em
708 atletas.

Amostras de sangue e urina foram retiradas para serem examinadas em
busca de, entre outras coisas, EPO (eritropoietina) e tranfusões de
sangue.